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sábado, 16 de abril de 2022

A RESSURREIÇÃO DE NOSSO SENHOR JESUS ​​CRISTO SEGUNDO S. BUENAVENTURA.

 


Hoje brilhou sobre nós a festa da exultação e da alegria, a alegria pascal chegou  trazendo imensa alegria  , porque somos convidados para as bodas do Cordeiro ressuscitado e sua esposa, que é a mãe Igreja. Por isso, queridos, regozijemo-nos nas profundezas de nossa  alma, exultemos em manifestações de alegria, demos glória a Deus com palavras, para que ressoe em honra de Cristo Redentor e sua esposa, alegre e digno de louvor. Regozijemo-nos, digo eu, no aumento da nossa alegria, regozijemo-nos no fruto da nossa esperança, demos glória a Deus pelo triunfo da vitória. E anunciemos Cristo vitorioso, dizendo-lhe com o coração transbordante de alegria:  Tu és a esperança em nosso combate e a glória de nossa raça por ter vencido os adversários”.  De fato: Cristo, ao nascer, nos fez participantes da natureza, enquanto sofremos, participantes do benefício da graça e, ao ressuscitar, participantes do complemento da glória. Precisamente por isso o profeta Davi, porque desejava ver cumprida em seus dias a alegria pascal e o benefício imensurável da glória, exclamou com desejos inflamados com estas palavras:  Levanta-te, Senhor; me salve.  Palavras nas quais, de acordo com a ordem mais correta, são indicadas três coisas, a saber:  desejo ardente da ressurreição do Senhor, libertação perfeita do homem cativo e extermínio justo do poder diabólico. E não sem razão, porque em um dia como hoje Nosso Senhor Jesus ressuscitado por sua própria virtude, resgatou o homem cativo do domínio do diabo e submergiu o diabo e seu exército nas profundezas do abismo infernal. De acordo com isso, em primeiro lugar, indica-se o desejo ardente da ressurreição do Senhor, e isso quando se diz:  Levanta-te, Senhor;  isto é, ressuscitar dos mortos. Em segundo lugar, a libertação perfeita do homem cativo, e isto quando se acrescenta:  Salva-me e, por último, em terceiro lugar, o justo extermínio do poder diabólico, e isto quando acrescentado: Você fere aqueles que se opõem a mim sem causa. E deve-se notar que é dito sem motivo para implicar que, embora o homem tenha sido detido com justiça, no entanto, o diabo o mantinha preso injustamente; pelo qual se deve concluir que o extermínio de seu poder foi justo.

1. Voltando agora ao assunto, você deve dizer que a primeira coisa que se oferece para nossa consideração é o desejo ardente da ressurreição do Senhor, conforme o que diz o profeta: Levanta-te, Senhor. E realmente tal ressurreição merecia não só ser desejada com amor medularmente cordial, mas também ser celebrada de boca cheia com acentos doces como mel por causa de três privilégios que o Cristo ressuscitado teve, que nos são convenientes ao mais alto grau. Como primeiro privilégio, a primazia da novidade não usada antes (ressurreição por si só); como segundo privilégio, a virtualidade do próprio poder e, como terceiro privilégio, o exemplo para nossa ressurreição ou para a necessidade que temos da ressurreição.

Chegando à primeira, deve-se dizer que Cristo teve a primazia sobre a novidade não utilizada, porque Cristo, tendo deposto a miserável velhice da morte, ressuscitou dos mortos, inaugurando a inestimável alegria da nova vida, pois o Senhor Jesus Cristo , como homem, foi o primogênito entre os mortais, que, depois de ter subjugado o império da morte, foi coroado com o diadema da nova incorrupção. E, para dizer a verdade,  quem teve de ser o primeiro a superar a tristeza encerrada na morte inveterada e a dar início à alegria que vem de nossa vida perpétua, senão aquele cuja chave abre a porta da eternidade? Ele é, de fato, aquele que, como tendo autoridade, pôde ordenar aos anjos quando disse: Levantai, ó príncipes!, vossas portas; e vocês, ó portas!, levantem-se. E é que o fruto do meu sangue é a reparação da harmonia universal e a remissão do castigo judicial. Em vista disso, o que quero agora é que, afastada da entrada do paraíso a espada flamejante, se abra a porta do céu, assim como eu, o Senhor dos Exércitos, derrotando o diabo, venci, ao preço do meu sangue , o reino dos céus. De onde temos que Cristo é, não apenas como Deus, mas também como homem, o Rei da glória. E, sem dúvida, esse tipo de novidade foi referido por São Paulo em sua primeira carta aos Coríntios, c15: Cristo, diz o Apóstolo, ressuscitou dos mortos como as primícias dos mortos. Pois, assim como por um homem veio a morte, também por outro  veio a ressurreição dos mortos. E como todos morrem em Adão, assim também todos reviverão em Cristo. E daí é que o Apóstolo, em virtude de ser discreto e prudente, ao apontar as novas qualidades que correspondem como primícias ao Cristo ressuscitado, oferece duas coisas à nossa consideração: primeiro, com efeito, para que a consolação seja não diluída em alegria, põe diante de nossos olhos a miséria da morte, matéria de desolação; e isto quando se diz: por um homem veio a morte; e a seguir, para que a desolação não seja absorvida pela tristeza, o Apóstolo propõe o remédio da ressurreição, questão de consolação; e isto quando é acrescentado: Assim também por um homem, isto é, por Cristo, veio a ressurreição dos mortos. Conseqüentemente, sua intenção era mitigar um com o outro, isto é, miséria com remédio, ou desolação com consolo; e desde a morte, embora tenha como ocasião a fraude do inimigo, reconhece, no entanto, como origem ou causa, a arrogância da mente e, como consumação, a concupiscência da carne; Por isso diz o Apóstolo: Assim como em Adão, devido ao demérito de sua prevaricação, todos eles morrem . E porque o remédio da morte vem da misericórdia divina em resposta aos méritos da paixão do Senhor, por isso se acrescenta:  Assim também todos vivificarão em Cristo pelos méritos de sua paixão.  - Onde temos que  a causa primeira e imediata da morte não é Deus, pois Deus está sendo supremo e deficiente, e a morte é o defeito máximo entre todas as misérias penais,  mas a vontade do homem que se desvia da retidão e da justiça. justiça, segundo a da Sabedoria, c.1:  Deus não fez a morte nem se alegrou no extermínio dos que morrem, Ele criou, pelo contrário, todas as coisas para durar, e sãos são todos os que nascem no mundo; nem há um princípio de morte neles nem há um reino infernal na terra. Porque a justiça é perfeita e imortal, e a injustiça tem a morte como recompensa.

Quanto ao segundo, Cristo, ao ressuscitar, mostrou quão virtuoso é o seu próprio poder. De fato, não era necessário que ele, embora se visse constituído como o centro obsequioso do exército celestial, não recorresse à oração devota nem ao ministério angélico; e a isso, sem dúvida, o salmo se refere: por causa da miséria dos desamparados e do gemido dos pobres, ressuscitarei agora mesmo, diz o Senhor. É sabido que pobres e indefesos eram os santos padres mantidos como em uma prisão muito escura no limbo, que eram, na verdade, impotentes para se libertar; e por isso, reduzidos a um estado miserável e lamentável, desejavam ardentemente ver acelerado o benefício da ressurreição. O Senhor ouviu desejos tão veementes, em cujo significado temos que o Senhor diz: Ressuscitarei agora mesmo;

Mas talvez algum filósofo físico diga: como pode um corpo animal, corruptível e composto de elementos contrários, tornar-se incorruptível e perpetuamente durável? Ao que o teólogo responde: Se você quer que seu argumento seja universalmente válido, em todos os assuntos, você deve se deparar com muitos inconvenientes ou absurdos absurdos.

Assim é, de fato. A primeira tolice é que você finge que Deus não supera a natureza em poder, nem o artesão é superior à sua obra; e como é absurdo dizer isso, não há quem duvide disso. A razão é que todo o argumento do físico se resume a isto: é impossível de acordo com a natureza; então é absolutamente impossível. E é manifesto que tal consequência não pode ser inferida de forma alguma. O segundo absurdo ou inconveniente é que você afirma que, por um lado, a natureza contém coisas ocultas, o que também admitimos, pois muitos, na verdade, são latentes, como se vê na magnetita que se atrai pelo ferro, na salamandra que se conserva no fogo, e em outras coisas semelhantes e no que se quer, por outro lado, que Deus só tem operações acessíveis aos seus olhos; e é verdade que dizer isso é um absurdo máximo, pois, de acordo com a sentença de Eclesiástico, c.43:  Vimos pouco de suas obras, e muitas coisas maiores do que estas estão ocultas.  A terceira desvantagem é que você afirma que Deus prometeu obediência à natureza; o que, se fosse verdade, teríamos que admitir que Deus não deu vista aos cegos, nem frescor aos leprosos, nem vida aos mortos.

E, finalmente, o quarto inconveniente é que você procede com base em pressupostos que não são concedidos, como quando você afirma que o corpo é corruptível e é composto de elementos contrários, pois a alma o preserva em vida perpétua e imortal implica, não e animalidade corruptível, mas espiritualidade, elevação e disposição, acima da variedade de elementos contrários, em virtude do hábito deiforme da glória. Tal sentimento pode ser inferido das palavras de Santo Agostinho em sua carta a Consencio, onde assim se expressa:  a fragilidade humana mede coisas divinas nunca experimentadas e é arrogante, gabando-se de agudeza quando diz: se há carne, há sangue ; se há sangue, há também os outros humores; e se há humores há corrupção” Assim poderia dizer: Se há chama, arde; se queima, queima; e se ele queimar, então ele queimou os dois jovens na fornalha de fogo. Contudo; se você acredita que tal evento foi um milagre, por que duvida de coisas maravilhosas? E se você não acredita neles, tenho certeza de que sua cegueira é maior do que a dos judeus. Portanto, deve-se dizer que o poder divino pode retirar da natureza as qualidades que deseja, deixando outras, e, pela mesma razão, fortalecer, destituir a corruptibilidade, os membros mortais mantendo-as em vigor, para que a forma seja verdadeira. .corporal, mas sem nenhuma mancha; o movimento seja real, mas sem fadiga; o poder de comer seja verdade, mas sem a necessidade de passar fome".

E, finalmente, quanto ao terceiro, deve-se dizer que a ressurreição de Cristo deve ser desejada como exemplo de nossa ressurreição ou da exigência ou necessidade que nossa ressurreição exige. Cristo, de fato, sendo a cabeça e a causa exemplar de nossa ressurreição, teve que ressuscitar para comunicar a nós que somos seus membros a certeza disso, pois é uma coisa monstruosa ressuscitar a cabeça sem os membros. Pelo que, contra os que negavam a ressurreição, o Apóstolo argumentou, não sem muita razão e eficácia, na primeira carta aos Coríntios, c.15, com estas palavras:  se os mortos não ressuscitaram, também Cristo não ressuscitou.  De fato: como é necessário que Cristo ressuscite, já que o que aconteceu de fato não aconteceu não é possível no momento, a ressurreição dos mortos segue por necessidade. A essa causa o Apóstolo continua dizendo:  Porque o que é corruptível deve se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal deve se revestir de imortalidade. No contexto com o qual, para inserir nos corações dos fiéis, tirando dúvidas, desconfianças e amarguras do desespero, o Apóstolo escreve na primeira carta aos Tessalonicenses, c.4: Pois bem, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus levará consigo aqueles que adormeceram nEle, e aqui concluímos que aqueles de nós que têm firme esperança, como o bem-aventurado Jó, não devem ficar tristes sem consolo pela morte de um bom cristão como os outros que não têm esperança.

 

THE RESURRECTION OF OUR LORD JESUS ​​CHRIST ACCORDING TO S. BUENAVENTURA.

 


Today the feast of exultation and joy shone on us, the Easter joy arrived  bringing immense joy  , because we are invited to the wedding of the risen Lamb and his wife, who is the mother Church. Therefore, dearest ones, let us rejoice in the depths of our  soul, let us exult abroad in displays of joy, let us pay glory to God with words, so that it resonates in honor of Christ the Redeemer and his wife, joyful and worthy praise of him. Let us rejoice, I say, in the increase of our joy, let us rejoice in the fruit of our hope, let us give glory to God for the triumph of victory. And let us proclaim Christ victorious by saying to him with a heart overflowing with joy:  You are the hope in our combat and the glory of our race for having defeated the adversaries ".  Indeed: Christ, at birth, made us sharers in nature, while suffering, sharers in the benefit of grace, and, upon rising, sharers in the complement of glory. Precisely for this reason, the prophet David, because he wished to see fulfilled in his days the Easter joy and the immeasurable benefit of glory, exclaimed with inflamed desires with these words:  Arise, Lord; save me.  Words in which, in accordance with the most correct order, three things are indicated, namely:  burning desire for the resurrection of the Lord, perfect liberation of the captive man and just extermination of the diabolical power. And not without reason, because on a day like today our Lord Jesus resurrected by his own virtue, rescued the captive man from the domain of the devil and submerged the devil and his army in the depths of the infernal abyss. According to this, in the first place, the ardent desire for the Lord's resurrection is indicated, and this when it is said:  Arise, Lord;  that is, rise from the dead. Secondly, the perfect liberation of the captive man, and this when it is added:  Save me and, lastly, thirdly, the just extermination of the diabolical power, and this when added: You wound those who oppose me without cause. And it is to be noted that it is said without cause to imply that, although the man was justly detained, nevertheless, the devil was unjustly holding him captive; whereby it must be concluded that the extermination of his power was just.

1. Turning now to the subject, you must say that the first thing that is offered for our consideration is the burning desire for the Lord's resurrection, in accordance with what the prophet says: Arise, Lord. And really such a resurrection deserved not only to be desired with medullarly cordial love, but also to be celebrated with a full mouth with sweet accents like honey because of three privileges that the risen Christ had, which are convenient for us to the highest degree. As a first privilege, the primacy of novelty not used before (resurrection by itself); as a second privilege, the virtuality of one's own power and, as a third privilege, the example in order to our resurrection or in order to the need we have for the resurrection.

Coming to the first, it must be said that Christ had primacy over unused novelty. The reason is because Christ, having deposed the miserable old age of death, rose from the dead, inaugurating the inestimable joy of new life, since the Lord Jesus Christ, as a man, was the firstborn among mortals, who, after having subdued the empire of death, was crowned with the diadem of the new incorruption. And, to tell the truth,  who was to be the first to overcome the sadness enclosed in inveterate death and to initiate the joy that comes from our perpetual life, if not the one whose key opens the door to eternity? He is, in fact, the one who, as having authority, could command the angels when he said: Raise up, O princes!, your gates; and you, oh doors!, rise up. And it is that the fruit of my blood is the reparation of universal harmony and the remission of judicial punishment. In view of which, what I now want is that, removed from the entrance of paradise the flaming sword, the door of heaven be opened, as I, the Lord of hosts, having defeated the devil, conquered, at a price of my blood, the kingdom of heaven. From where we have that Christ is, not only as God, but also as man, the King of glory. And, without a doubt, this kind of novelty was referred to by Saint Paul in his first letter to the Corinthians, c15: Christ, says the Apostle, rose from the dead as the first fruits of the dead. For as through one man came death, so through another  man came the resurrection of the dead. And as all die in Adam, so also all will revive in Christ. And from there it is that the Apostle, by virtue of being discreet and prudent, when pointing out the new qualities that correspond as first fruits to the risen Christ, offers two things for our consideration: first, in effect, so that the consolation is not diluted in joy, it puts before our eyes the misery of death, matter of desolation; and this when it is said: through a man came death; and next, so that desolation is not absorbed in sadness, the Apostle proposes the medicine of the resurrection, matter of consolation; and this when it is added: So also by a man, that is, by Christ, came the resurrection of the dead. Consequently, his intention was to mitigate the one with the other, that is, misery with medicine, or desolation with consolation; and since death, although it has as occasion the fraudulence of the enemy, it nevertheless recognizes, as origin or cause, the arrogance of the mind and, as consummation, the concupiscence of the flesh; That is why the Apostle says: Just as in Adam, due to the demerit of his prevarication, they all die . And because the medicine of death comes from divine mercy in response to the merits of the Lord's passion, that is why it is added:  In the same way all will revive in Christ through the merits of his passion.  - Where we have that  the first and immediate cause of death is not God, since God is being supreme and indeficient, and death is the maximum defect among all penal miseries,  but the will of man who deviates from righteousness and justice. perpetual rule of justice, according to that of Wisdom, c.1:  God did not make death nor rejoice in the extermination of those who die, He created, on the contrary, all things to endure, and healthy are all that are born in the world; neither is there a principle of death in them nor is there an infernal kingdom on earth. Because justice is prefect and immortal, and injustice has death as its reward.

As for the second, Christ, by rising, showed how virtuous his own power is. It was not necessary for him, in fact, although he saw himself constituted as the obsequious center of the celestial army, to resort neither to devout prayer nor to the angelic ministry; and to this, without a doubt, what the psalm refers to: because of the misery of the helpless and the groaning of the poor, I will resurrect right now, says the Lord. It is known that poor and helpless were the holy fathers held as in a very dark prison in limbo, who were, in truth, powerless to free themselves; and for this reason, reduced to a miserable and pitiable state, they ardently desired to see the benefit of the resurrection accelerated. The Lord heard such vehement desires, in meaning of which we have that the Lord says: I will resurrect right now;

But perhaps some physical philosopher will say: How can it be that an animal body, corruptible and composed of contrary elements, becomes incorruptible and perpetually durable? To which the theologian replies: If you want your argument to be universally valid, in all matters, you must come up against many inconveniences or absurd nonsense.

So it is, indeed. The first nonsense is that you pretend that God does not surpass nature in power, nor is the craftsman superior to his work; and how absurd it is to say this, there is no one who can doubt it. The reason is because the whole argument of the physicist boils down to this: It is impossible according to nature; then it is absolutely impossible. And it is manifest that such a consequence cannot be inferred in any way. The second nonsense or inconvenience is that you claim that, on the one hand, nature contains hidden things, which we also admit, since many, in truth, they are latent, as is to be seen in the lodestone that is attracted to iron, in the salamander that is preserved in fire, and in other similar things and in what do you want, on the other hand, that God has only operations accessible to your eyes; and it is true that saying this constitutes maximum nonsense, since, according to Ecclesiasticus' sentence, c.43:  We have seen little of his works, and many greater things than these are hidden.  The third drawback is that you claim that God has promised obedience to nature; which, if it were true, we would have to admit that God neither gave sight to the blind, nor freshness to lepers, nor life to the dead.

And, lastly, the fourth inconvenience is that you proceed on the basis of presuppositions that are not granted, as when you affirm that the body is corruptible and is composed of contrary elements, since the soul preserves it in perpetual and immortal life implies, not and corruptible animality, but spirituality, elevation and disposition, above the variety of contrary elements, by virtue of the deiform habit of glory. Such feeling can be inferred from the words of Saint Augustine in his letter to Consencio, where he expresses himself as follows:  human frailty measures the divine things never experienced and is arrogant, boasting of acuteness when he says: if there is flesh, there is blood; if there is blood there are also the other humors; and if there are humors there is corruption” In this way I could say: If there is a flame, it burns; if it burns, it burns; and if he burns, then he burnt the two young men in the furnace of fire. However; if you believe that such an event was a miracle, why do you doubt wonderful things? And if you don't believe them, I take it for certain that your blindness is greater than that of the Jews. Therefore, it must be said that the divine power can remove from nature the qualities that it wants, leaving others, and, for the same reason, strengthen, deposed the corruptibility, the mortal members keeping them in force, so that the form is true. corporal, but without any stain; the movement be real, but without fatigue; the power to eat be true, but without the need to suffer from hunger".

And, finally, regarding the third, it must be said that the resurrection of Christ should be desired as an example of our resurrection or of the demand or necessity that our resurrection demands. Christ, in fact, being the head and exemplary cause of our resurrection, had to resurrect to communicate to those of us who are his members the certainty about it, since it is a monstrous thing to resurrect the head without the members. Whereby, against those who denied the resurrection, the Apostle argued, not without much reason and effectiveness, in the first letter to the Corinthians, c.15, with these words:  if the dead do not rise, neither did Christ rise.  Indeed: since it is necessary for Christ to be resurrected, since what happened in fact has not happened is not possible at present, the resurrection of the dead follows by necessity. To which cause the Apostle goes on to say:  Because what is corruptible must clothe itself with incorruptibility, and what is mortal must clothe itself with immortality. In context with which, to insert in the hearts of the faithful, removing doubts, mistrust and bitterness of despair, the Apostle writes in the first letter to the Thessalonians, c.4: Well, if we believe that Jesus died and rose again, so too God will take with him those who have fallen asleep in Him, and here we conclude that those of us who have firm hope, like blessed Job, should not be sad without consolation at the death of a good Christian like the others who lack hope.

 

LA RESURRECCION DE NUESTRO SEÑOR JESUCRISTO SEGÚN S. BUENAVENTURA.

 

Hoy nos brilló la fiesta de exultación y alegría, llegó el gozo pascual trayendo alegría inmensa, pues somos invitados a las bodas del Cordero resucitado y de su esposa, que es la madre Iglesia. Por eso, carísimos, gocémonos en lo íntimo del alma, exultemos al exterior en muestras de júbilo, tributemos con palabras gloria a Dios, de suerte que resuene en honor de Cristo redentor y de su esposa alegre y digna alabanza. Gocémonos, digo, por el aumento de nuestra alegría, gocémonos por el fruto de nuestra esperanza, demos gloria a Dios por el triunfo de la victoria. Y proclamemos triunfador a Cristo diciéndole con el corazón rebosante de alegría: Tú eres la esperanza en nuestro combate y la gloria de nuestra raza por haber desbaratado a los adversarios ". Efectivamente: Cristo, al nacer, nos hizo partícipes de la naturaleza, al padecer, partícipes del beneficio de la gracia y, al resucitar, partícipes del complemento de la gloria. Por ello precisamente el profeta David, porque deseaba ver cumplidos en sus días el gozo pascual y el beneficio inconmensurable de la gloria, exclamó con inflamadísimos deseos con estas palabras: Levántate, Señor; sálvame. Palabras en que, en ajuste con rectísimo orden, van señaladas tres cosas, a saber: encendido deseo de la resurrección del Señor, perfecta liberación del hombre cautivo y justo exterminio del poder diabólico. Y no sin razón, pues tal día como hoy nuestro Señor Jesús resucitó por propia virtud, rescató de los dominios del diablo al hombre cautivo y sumergió en lo profundo del abismo infernal al diablo y a su ejército. Según esto, en primer lugar, viene indicado el encendido deseo de la resurrección del Señor, y esto cuando se dice: Levántate, Señor; es decir, resucita de entre los muertos. En segundo lugar, la perfecta liberación del hombre cautivo, y esto cuando se añade: Sálvame y, por último, en tercer lugar, el justo exterminio del poder diabólico, y esto cuando se sobreañade: Tú hieres a los que se me oponen sin causa. Y es de advertir que se dice sin causa para dar a entender que, si bien el hombre se hallaba detenido justamente, sin embargo, el diablo lo tenía cautivo injustamente; por donde debe concluirse que fue justo el exterminio de su poder.

1. Pasando ahora al tema, has de decir que lo primero que a nuestra consideración se ofrece es el encendido deseo de la resurrección del Señor, en conformidad a lo que dice el profeta: Levántate, Señor. Y realmente tal resurrección merecía, no sólo ser deseada con amor medularmente cordial, sino también ser celebrada a boca llena con acentos dulces como la miel por razón de tres privilegios que tuvo Cristo resucitado, los cuales nos son convenientes en sumo grado. Como primer privilegio, la primacía de novedad no usada antes (la resurrección por sí mismo); como segundo privilegio, la virtualidad del propio poder y, como tercer privilegio, el ejemplo en orden a nuestra resurrección o en orden a la necesidad que tenemos de la resurrección.

Viniendo a lo primero, se debe decir que Cristo tuvo primacía respecto de la novedad no usada la razón es porque Cristo, depuesta la vetustez miserable de la muerte, resucitó de entre los muertos, inaugurando la alegría inestimable de la vida nueva, puesto que el Señor Jesucristo, en cuanto hombre, fue, el primogénito entre los mortales, el cual, después de haber sojuzgado el imperio de la muerte, fue coronado con la diadema de la nueva incorrupción. Y, a decir verdad, ¿quién hubo de ser el primero en superar la tristeza encerrada en la muerte inveterada y en iniciar la alegría proveniente de nuestra vida perpetua sino aquel cuya llave abre la puerta de la eternidad? El es, en efecto, quien, como teniendo autoridad, pudo ordenar a los ángeles cuando dijo: Levantad, ¡oh príncipes!, vuestras puertas; y vosotras, ¡oh puertas!, levantaos. Y es que fruto de mi sangre son la reparación de la concordia universal y la remisión del castigo judicial. En vista de lo cual, lo que ahora quiero es que, removida de la entrada del paraíso la llameante espada, se abra la puerta del cielo, como quiera que yo, el Señor de los ejércitos, habiendo derrotado al diablo, conquisté, a precio de mi sangre, el reino de los cielos. Por donde tenemos que Cristo es, no sólo como Dios, sino también como hombre, el Rey de la gloria. Y, sin duda, a este género de novedad se refería San Pablo en su primera carta a los Corintios, c15: Cristo, dice el Apóstol, resucitó de entre los muertos como primicias de los muertos. Porque, como por un hombre vino la muerte, así por otro Hombre vino la resurrección de los muertos. Y como todos mueren en Adán, así también todos revivirán en Cristo. Y de ahí es que el Apóstol, a fuer de discreto y prudente, al, señalar las nuevas cualidades que competen como primicias a Cristo resucitado, ofrece a nuestra consideración dos cosas: primeramente, en efecto, a fin de que el consuelo no se diluya en alegría, pone a nuestros ojos la miseria de la muerte, materia de la desolación; y esto cuando se dice: por un hombre vino la muerte; y a continuación, para que la desolación no quede absorbida en la tristeza, el Apóstol nos propone la medicina de la resurrección, materia del consuelo; y esto cuando se añade: Así también por un hombre, es decir, por Cristo, vino la resurrección de los muertos. Por consiguiente, intención suya fue mitigar lo uno con lo otro, esto es, la miseria con la medicina, o la desolación con el consuelo; y puesto que la muerte, si bien tiene como ocasión la fraudulencia del enemigo reconoce sin embargo, como origen o causa, la arrogancia de la mente y, como consumación, la concupiscencia de la carne; por eso dice el Apóstol: Así como en Adán, por el demérito de su prevaricación, mueren todos. Y porque la medicina de la muerte procede de la divina misericordia en atención a los méritos de la pasión del Señor, por eso se añade: Así también todos revivirán en Cristo por los méritos de su pasión. - Por donde tenemos que primera e inmediata causa de la muerte no es Dios, pues Dios es ser sumo e indeficiente, y la muerte el defecto máximo entre todas las miserias penales, sino la voluntad del hombre que se desvía de la rectitud y de la regla perpetua de la justicia, según aquello de la Sabiduría, c.1: Dios no hizo la muerte ni se goza en el exterminio de los que mueren, Creó, por el contrario, todas las cosas para que perdurasen, y saludables son todas las que nacen en el mundo; ni hay en ellas principio de muerte ni hay reino infernal en la tierra. Porque la justicia es prefecta e inmortal, y la injusticia tiene por estipendio la muerte.

En cuanto a lo segundo, Cristo, al resucitar mostró cuán virtuoso es su propio poder. No le fue necesario, en efecto, si bien se vio constituido en centro obsequioso del ejército celestial, recurrir ni a la oración devota ni al ministerio angélico; y a esto, sin duda, se refiere lo del salmo: por la miseria de los desvalidos y el gemido de los pobres, resucitaré ahora mismo, dice el Señor. Es de saber que pobres y desvalidos venían a ser los santos padres retenidos como en cárcel oscurísima en el limbo, los cuales eran, en verdad, impotentes para liberarse por sí mismos; y por eso, reducidos a estado mísero y lamentable, deseaban con ansias ardentísimas ver acelerado el beneficio de la resurrección. Oyó el Señor deseos tan vehementes, en significación de lo cual tenemos que dice el Señor: Resucitaré ahora mismo; donde es de advertir que habla en primera persona, como quien tiene poder para dar la vida en la pasión y para volver a tomarla en la resurrección.

Pero quizá diga algún filósofo físico: ¿Cómo puede darse que un cuerpo animal, corruptible y compuesto de elementos contrarios, se convierta en incorruptible y perpetuamente duradero? A lo cual responde el teólogo: Si quieres que tu argumento sea universalmente, en toda materia, valedero, es preciso te las hayas con muchos inconvenientes o despropósitos absurdos.

Así es, en efecto. El primer despropósito consiste en que pretendes que Dios no supera en poder a la naturaleza ni el artífice es superior a su obra; y cuán absurdo sea decir esto, no hay quien pueda dudarlo. La razón es porque todo el argumento del físico se resume en esto: Es imposible según la naturaleza; luego es absolutamente imposible. Y es cosa manifiesta que semejante consecuencia no puede inferirse en modo alguno. El segundo despropósito o inconveniente consiste en que pretendes que, por una parte, la naturaleza encierra cosas ocultas lo cual admitimos también nosotros, pues muchas, en verdad, nos están latentes, como es de ver en la calamita que se atrae el hierro, en la salamandra que se conserva en el fuego, y en otras cosas similares y en qué quieres, por otra, que Dios no tenga sino operaciones accesibles a tus ojos; y es cierto que decir esto constituye despropósito máximo, como quiera que, según sentencia del Eclesiástico, c.43: Es poco lo que hemos visto de sus obras, y muchas cosas mayores que éstas están escondidas. El tercer inconveniente consiste en que pretendes que Dios ha prometido obediencia a la naturaleza; lo cual, si fuese verdad, tendríamos que admitir que Dios ni dio vista a los ciegos, ni lozanía a los leprosos ni vida a los muertos.

Y, por último, el cuarto inconveniente consiste en que procedes a base de presupuestos que no se conceden, como cuando afirmas que el cuerpo es corruptible y está compuesto de elementos contrarios, pues que el alma lo conserve en vida perpetua e inmortal implica, no ya animalidad corruptible, sino espiritualidad, elevación y disposición, por encima de la variedad de elementos contrarios, en virtud del hábito deiforme de la gloria. Tal sentir puede colegirse de las palabras de San Agustín en su carta a Consencio, donde se expresa a tenor siguiente: la fragilidad humana mide las cosas divinas nunca experimentadas y se muestra arrogante jactándose de aguda cuando dice: si hay carne, hay sangre; si hay sangre hay también los restantes humores; y si hay humores hay corrupción” A ese modo podría decir: Si hay llama, arde; si arde, quema; y si quema, luego abrasó a los dos mancebos en el horno del fuego. Ahora bien; si crees que tal caso fue un milagro, ¿por qué dudas de las cosas maravillosas? Y si no las crees, doy por cierto que tu ceguera es mayor que la de los judíos. Por lo tanto, se debe decir que el poder divino puedo quitar de la naturaleza las cualidades que quisiere, dejándole otras, y, por lo mismo, afianzar, depuesta la corruptibilidad, los miembros mortales conservándolos en vigor, de suerte que sea verdadera la forma corporal, pero sin mancha alguna; sea verdadero el movimiento, pero sin fatiga; sea verdadera la facultad de comer, pero sin necesidad de padecer hambre".

Y, por último, en cuanto a lo tercero, se debe decir que la resurrección de Cristo debía ser deseada como ejemplar de nuestra resurrección o de la exigencia o necesidad que reclama nuestra resurrección. Cristo, en efecto, siendo como es cabeza y causa ejemplar de nuestra resurrección, hubo de resucitar para comunicar a los que somos miembros suyos la certidumbre acerca, de la misma, ya que es monstruosa cosa resucitar la cabeza sin los miembros. Por donde, contra los que negaban la resurrección, argüía el Apóstol, no sin muchísima razón y eficacia, en la primera carta a los Corintios, c.15, con estas palabras: si los muertos no resucitan, tampoco resucitó Cristo. Efectivamente: dado que es necesario que Cristo resucitase, pues que lo que sucedió de hecho no haya sucedido no es posible al presente, síguese por necesidad la resurrección de los muertos. A cuya causa sigue a continuación diciendo el Apóstol: Porque es preciso que lo corruptible se revista de incorruptibilidad, y que lo mortal se revista de inmortalidad. En contexto con lo cual, para insertar en los corazones de los fieles, removiendo dudas, desconfianzas y amarguras de desesperación, escribe el Apóstol en la primera carta a los Tesalonicenses, c.4: Pues si creemos que Jesús murió y resucito, así también Dios tomará consigo a los que durmieron en El, y aquí damos por conclusión que los que tenemos esperanza firme, como el bienaventurado Job, no debemos entristecernos sin consuelo de la muerte de un buen cristiano como los demás que carecen de esperanza.

 

miércoles, 13 de abril de 2022

A angústia de Cristo antes da morte.

  


“E disse aos discípulos: Sentem-se aqui enquanto vou mais longe e oro. E levando consigo os dois filhos de Pedro e Zebedeu, começou a ficar triste e angustiado. E então lhes disse: Minha alma está triste até a morte. Espere aqui e assista comigo." Depois de ordenar aos outros oito apóstolos que ficassem sentados em um lugar, Ele foi mais longe, levando consigo Pedro, João e seu irmão Tiago, a quem sempre distinguiu dos demais por maior intimidade. Mesmo que ele não tivesse outro motivo para fazê-lo além de querer assim, ninguém teria motivos para ter inveja por causa de sua bondade. Mas ele tinha motivos para se comportar dessa maneira, e devia tê-los em mente. Pedro se destacou pelo zelo de sua fé, e Juan por sua virgindade, e seu irmão, Santiago, ele seria o primeiro entre eles a sofrer o martírio pelo nome de Cristo. Estes foram, além disso, os três Apóstolos que foram concedidos para contemplar seu corpo glorioso. Era, portanto, razoável que fossem muito próximos a Ele, na agonia anterior à sua Paixão, os mesmos que haviam sido admitidos a uma visão tão maravilhosa, e que Ele recriara com um lampejo de eterna clareza porque era conveniente que sejam fortes e firmes.

Cristo avançou alguns passos e, de repente, sentiu em seu corpo um ataque tão amargo e agudo de tristeza e dor, de medo e dor, que, embora outros estivessem com ele, o levou a  exclamar imediatamente palavras que indicam claramente a angústia que oprimia seu coração: "Triste é a minha alma até a morte".Uma massa esmagadora de tristeza começou a ocupar o corpo abençoado e jovem do Salvador. Ele sentiu que a prova era agora iminente e que estava prestes a cair sobre Ele: o traidor infiel e traiçoeiro, os inimigos amargos, as cordas e correntes, as calúnias, as blasfêmias, as falsas acusações, os espinhos e os golpes, os pregos e a cruz, a horrível tortura que durou horas. Acima de tudo, isso oprimiu e doeu nele o terror dos discípulos, a perdição dos judeus e até o fim vergonhoso do homem que o traiu traiçoeiramente. Acrescentou também a dor inefável de sua querida Mãe. Dores e sofrimentos agitaram-se como um redemoinho tempestuoso em seu coração amoroso e o inundaram enquanto as águas do oceano quebravam impiedosamente através dos diques quebrados.

Alguns talvez se surpreendam e se perguntem como é possível que nosso salvador Jesus Cristo, sendo verdadeiramente Deus, igual a seu Pai Todo-Poderoso, tenha sentido tristeza, dor e tristeza.

Ele não poderia ter sofrido tudo isso se, sendo como Deus era, tivesse sido de tal maneira que não fosse ao mesmo tempo um verdadeiro homem. Ora, como ele não era menos verdadeiro homem do que era verdadeiramente Deus, não vejo razão para me surpreender que, sendo um verdadeiro homem, tenha partilhado das afeições e paixões naturais dos homens (afetos e paixões, é claro, ausentes em todas as de mau ou culpado). Da mesma forma, porque ele era Deus, ele realizou milagres maravilhosos. Se nós É surpreendente que Cristo sentiu medo, cansaço e tristeza, já que ele era Deus, por que não ficamos tão surpresos que ele sentiu fome, sede e sono? Deus não era menos verdadeiro por tudo isso? Talvez alguém possa objetar: "Tudo bem. Já não me surpreende que ele tenha experimentado essas emoções e humores, mas não posso explicar por que ele realmente queria tê-los. Porque Ele mesmo ensinou os discípulos a não terem medo daqueles que podem matar o corpo e não podem mais fazer outra coisa. Como é possível que ele tenha tanto medo desses homens agora, e especialmente considerando que seu corpo não sofreria nada se ele não permitisse? Também está registrado que seus mártires correram para a morte prontos e felizes, mostrando-se superiores aos tiranos e torturadores, e quase os insultando. Se foi assim com os mártires de Cristo,Como  não pode parecer estranho que o próprio Cristo estivesse cheio de terror e pavor, e entristecido quando o sofrimento se aproximava? Não é Cristo o primeiro e o modelo exemplar de todos os mártires? Visto que ele adorava fazer tanto primeiro e depois ensinar, teria sido mais lógico ter dado um bom exemplo naquela época para que outros aprendessem com ele a sofrer a morte de bom grado pela verdade. E também para que aqueles que mais tarde morreriam pela fé com dúvida e medo não desculpem sua covardia imaginando que seguem a Cristo, quando na verdade sua relutância pode desencorajar outros que vêem seu medo e tristeza, diminuindo assim a glória de sua causa . »

Esses e outros que levantam tais objeções não conseguem ver todos os lados da questão, nem percebem o que Cristo quis dizer ao proibir seus discípulos de temer a morte.

Ele não queria que seus discípulos nunca rejeitassem a morte, mas que nunca fugissem por medo daquela morte "temporária", que não durará muito, para cair, negando a fé, na morte eterna. Ele queria que os cristãos fossem soldados fortes e sábios, não tolos e tolos. O forte suporta e resiste aos golpes, o tolo nem os sente. Só o louco não teme a injúria, enquanto o prudente nunca permite que o medo do sofrimento o separe da conduta nobre e santa. Seria escapar de algumas dores menores para cair em outras muito mais dolorosas e amargas.

Quando um médico é obrigado a amputar um membro ou cauterizar uma parte do corpo, ele encoraja o paciente a suportar a dor, mas nunca tenta convencê-lo de que não sentirá nenhuma angústia e medo da dor causada pelo corte ou queimadura. . Ele admite que será doloroso, mas sabe que a dor será superada pela alegria de recuperar a saúde e evitar dores mais excruciantes.

Embora Cristo, nosso Salvador, nos ordene a tolerar a morte, se ela não puder ser evitada, em vez de nos separar dEle pelo medo da morte (e isso ocorre quando negamos publicamente nossa fé), ainda assim Ele está tão longe de nos ordenar a fazer violência à nossa (como seria o caso se não tivéssemos medo da morte), o que nos deixa até a liberdade de escapar, se possível, da provação, desde que isso não prejudique sua causa. "Se eles perseguirem você em uma cidade, ele diz, fuja para outra." Esta indulgência e conselho cauteloso de um mestre prudente foi seguido pelos Apóstolos e por quase todos os grandes mártires dos séculos posteriores. É difícil encontrar alguém que não tenha usado essa permissão uma vez ou outra para salvar a vida e prolongá-la, para grande benefício de si mesmo e de muitos outros, até que se aproximasse o tempo oportuno segundo a providência oculta de Deus. Há também campeões corajosos que tomaram a iniciativa de professar publicamente sua fé cristã, embora ninguém o exigisse; e chegaram mesmo a expor-se e a oferecer-se para morrer, embora também ninguém os obrigasse. É assim que Deus quer, que aumenta a sua glória, às vezes, escondendo as riquezas da fé para que os que conspiram contra os crentes mordam a isca; e outros, exibindo esses tesouros de tal maneira que seus cruéis perseguidores se irritam e exasperam ao ver frustradas suas esperanças, e percebem com raiva que toda a sua ferocidade é incapaz de vencer e derrotar aqueles que avançam alegremente para o martírio. Há também campeões corajosos que tomaram a iniciativa de professar publicamente sua fé cristã, embora ninguém o exigisse; e chegaram mesmo a expor-se e a oferecer-se para morrer, embora também ninguém os obrigasse. É assim que Deus quer, que aumenta a sua glória, às vezes, escondendo as riquezas da fé para que os que conspiram contra os crentes mordam a isca; e outros, exibindo esses tesouros de tal maneira que seus cruéis perseguidores se irritam e exasperam ao ver frustradas suas esperanças, e percebem com raiva que toda a sua ferocidade é incapaz de vencer e derrotar aqueles que avançam alegremente para o martírio. Há também campeões corajosos que tomaram a iniciativa de professar publicamente sua fé cristã, embora ninguém o exigisse; e chegaram mesmo a expor-se e a oferecer-se para morrer, embora também ninguém os obrigasse. É assim que Deus quer, que aumenta a sua glória, às vezes, escondendo as riquezas da fé para que os que conspiram contra os crentes mordam a isca; e outros, exibindo esses tesouros de tal maneira que seus cruéis perseguidores se irritam e exasperam ao ver frustradas suas esperanças, e percebem com raiva que toda a sua ferocidade é incapaz de vencer e derrotar aqueles que avançam alegremente para o martírio. esconder as riquezas da fé para que aqueles que conspiram contra os crentes mordam a isca; e outros, exibindo esses tesouros de tal maneira que seus cruéis perseguidores se irritam e exasperam ao ver frustradas suas esperanças, e percebem com raiva que toda a sua ferocidade é incapaz de vencer e derrotar aqueles que avançam alegremente para o martírio. esconder as riquezas da fé para que aqueles que conspiram contra os crentes mordam a isca; e outros, exibindo esses tesouros de tal maneira que seus cruéis perseguidores se irritam e exasperam ao ver frustradas suas esperanças, e percebem com raiva que toda a sua ferocidade é incapaz de vencer e derrotar aqueles que avançam alegremente para o martírio.

No entanto, Deus misericordioso não nos manda escalar um cume tão íngreme e árduo da fortaleza; por isso ninguém deve precipitar-se a tal ponto que não possa refazer seus passos pouco a pouco, colocando-se em perigo de cair de cabeça no abismo se não conseguir chegar ao topo. Aqueles que são chamados por Deus para isso, que lutam para alcançar o que Deus quer e reinarão vitoriosos. Ele guarda os tempos e as causas das coisas e, quando chega o momento certo, traz à luz o tesouro arcano de sua sabedoria que penetra tudo com força e dispõe tudo com suavidade. Portanto, se alguém é levado a esse ponto em que deve tomar uma decisão entre sofrer tormento ou negar a Deus, não deve duvidar de que está no meio dessa angústia porque Deus quer. Desta forma, ele tem a maior razão para esperar o melhor de Deus: ou Deus o livrará desse combate, ou então o ajudará na luta, e o fará vencer para coroá-lo como vencedor. Porque“Fiel é Deus que não permitirá que vocês sejam tentados além de suas forças, mas fará com que vocês aproveitem a mesma prova para que vocês possam se sustentar”.

Se confrontado em combate corpo a corpo com o diabo, príncipe deste mundo, e com seus asseclas, não há como escapar sem ofender a Deus, tal homem - na minha opinião - deve se livrar de todo medo; Ordenaria-lhe que descansasse em paz, cheio de esperança e confiança, «porque diminuirá a força de quem desconfia no dia da tribulação»14. Mas o medo e a ansiedade diante da luta não são condenáveis, desde que a razão não pare de lutar contra ela, e a luta em si não é nem criminoso nem pecaminoso. Não só o medo não é repreensível, mas, pelo contrário, é uma imensa e excelente oportunidade de merecer. Ou você imagina que aqueles santos mártires que derramaram seu sangue pela fé nunca tiveram medo de tortura e morte? Não preciso elaborar todo um catálogo de mártires: para mim o exemplo de Pablo vale mil.

Se na guerra contra os filisteus Davi valeu dez mil, certamente podemos considerar Paulo valendo dez mil soldados na batalha pela fé contra perseguidores infiéis.

Paulo, muito forte entre os atletas da fé, nos quais a esperança e o amor a Cristo cresceram tanto que não teve dúvidas quanto ao seu prêmio no céu, foi quem disse: "Combati o bom combate, terminou a corrida, e agora me está reservada uma coroa de justiça»15. O desejo era tão ardente que o levou a escrever: “O meu viver é Cristo, e o morrer, um ganho” 16. E também: “Desejo libertar-me das amarras do corpo e estar com Cristo”17. No entanto, e com tudo isso, esse mesmo Paulo não só conseguiu escapar com grande habilidade, e graças ao tribuno, das armadilhas dos judeus, mas também escapou da prisão declarando e afirmando sua cidadania romana; iludiu a crueldade dos judeus apelando para César, e escapou das mãos sacrílegas do rei Aretas deixando-se deslizar sobre o muro num cesto. Alguém poderia dizer que Paulo contemplava naquelas ocasiões o fruto que mais tarde semeia com suas obras e que, além disso, em tais circunstâncias, o medo da morte nunca o assustou. Eu concedo livremente o primeiro ponto, mas não ousaria afirmar estritamente o segundo. Que o bravo coração do Apóstolo não era imune ao medo é algo que ele mesmo admite quando escreve aos Coríntios:«Assim que chegámos à Macedónia, a nossa carne não descansou, mas sofreu toda a espécie de tribulações, lutas por fora, medos por dentro» 18. E ainda lhes escrevia:  «Estava entre vós em fraqueza, em grande medo e apreensão19' . E ainda: «Bem, irmãos, não queremos que ignorem as tribulações que sofremos na Ásia, pois o peso que tivemos de carregar superou todas as medidas, além de nossas forças, a tal ponto que o próprio fato de viver era um fardo para nós. aborrecimento»20 . Você não ouve nestas passagens, e da boca do próprio Paulo, seu medo, seu tremor, seu cansaço, mais insuportável do que a própria morte, a tal ponto que nos lembra a agonia de Cristo e apresenta uma imagem dela ? Negue agora, se puder, que os santos mártires de Cristo tiveram medo de uma morte horrível. Nenhum medo, por maior que fosse, poderia deter Paulo em seus planos de difundir a fé; nem o conselho dos discípulos poderia dissuadi-lo de viajar para Jerusalém (uma viagem para a qual ele foi movido pelo Espírito de Deus), embora o profeta Ágabo lhe tivesse predito que correntes e outros perigos o aguardavam ali.

O medo da morte ou do tormento não tem culpa, mas sim a dor: é uma aflição da qual Cristo veio para sofrer e não para escapar. Nem o medo e o horror diante da tortura devem ser chamados de covardia. No entanto, fugir por medo da tortura ou da própria morte em uma situação em que é necessário lutar, ou então abandonar toda esperança de vitória e se render ao inimigo, isso, sem dúvida, é um crime grave na disciplina militar. Quanto ao resto, por mais perturbado e trêmulo de medo que esteja o espírito de um soldado; se, apesar de tudo, ele avança quando o capitão o comanda, e marcha e luta e derrota o inimigo, ele não tem motivos para temer que seu primeiro medo possa diminuir o prêmio. Na verdade, deveria receber elogios ainda maiores, pois havia vencer não apenas o exército inimigo, mas também seu próprio medo; e este é muitas vezes mais difícil de derrotar do que o próprio inimigo.