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lunes, 12 de febrero de 2024

LOURDES FONTE DE MILAGRES INFINITOS.


Nesta urna está o coração incorrupto de Santa Bernadete.

SEXTA APARIÇÃO (CONTINUAÇÃO)

O interrogatório tornou-se cada vez mais duro com o passar do tempo e todas as respostas de Bernadette foram calmas, mas firmes e coerentes. Não consegui pegá-la em contradição: “Você disse que o cabelo dela caiu nas costas - Não, eu disse... Senhor, você muda tudo.” “Eu sei quem te mandou falar isso, confesse.” ... Eu estava tão nervoso que não consegui colocar a caneta no tinteiro. Mas quando ela, sem vacilar, reafirmou a intenção de voltar à gruta, o comissário já gritou: “Então vou chamar os guardas, preparem-se para ir para a cadeia!”

Miss Estrade declararia mais tarde: “Nada me comoveu tanto em minha vida quanto a atitude de Bernadette para com o comissário”.

Uma multidão protestou na rua e bateu à porta de Jacomet exigindo a liberdade da menina. Felizmente para ele, seu pai apareceu. Não foi difícil para ela intimidá-lo e conseguiu a promessa dele de não deixá-la voltar, nem de receber pessoas.

Jacomet, o funcionário honesto, cometeu um erro imperdoável ao deixar-se levar por uma deformação profissional: ver como criminosos todos os que interrogava; faltava-lhe o espírito religioso que admitisse a possibilidade do sobrenatural. Após interrogatório, Estrade julgou que se tratava de fantasias de menina. Jacomet respondeu: “Não passa de uma intriga de devotos hipócritas”.

Ele, o prefeito e o chefe dos gendarmes ordenaram aos seus respectivos agentes que monitorassem de perto a gruta e Bernadette. À noite, ela rezou o terço com a família chorando. Eu não poderia voltar?

SÉTIMA APARIÇÃO

(Terça-feira, 23 de fevereiro): Na segunda-feira, dia 22, os Soubirous nem deixaram a filha ir à missa e a mãe a acompanhou à escola. Mas à tarde Bernadette disse: “Não consigo mexer as pernas a não ser para ir a Massabielle” e foi; embora não sozinho, como eu queria. Os gendarmes tinham ordens de vigiá-la e acompanhavam-na, um de cada lado, não sem exclamar: “Isso no século XIX! XIX queremos que acreditem nessas superstições! A notícia se espalhou e um grande número de pessoas se reuniu, inclusive as tias Basília e Lucila. A gruta, o rosário, a vela acesa..., mas faltava a aparição. Bernadete voltou cheia de tristeza: “O que foi que fiz de errado?” Suas tias, sua mãe, insistiram para que ele não voltasse. O ridículo foi ótimo. O irreverente comenta: “A Senhora da Gruta tem medo dos gendarmes”. "As aparições acabaram."

Não perceberam que, se fosse uma alucinação ou uma fraude, a aparição não teria desaparecido. Além disso, a Virgem pediu-lhe que fosse 15 dias, mas não disse que apareceria todos os dias. Para Bernadette foi uma purificação, e talvez um ensinamento, já que ela vinha desobedecendo aos pais.

No entanto, a decepção de Bernadete teve um efeito inesperado: seus pais retiraram a proibição de seu retorno à gruta. Talvez tenham ficado impressionados com as palavras do Rev. Pomian com quem Bernadette voltou a confessar naquela tarde: “Ninguém tem o direito de impedir isso”.

Logo a notícia se espalha. Amanhã o médium irá à gruta, mas mesmo à noite Manolita Estrade e outros amigos não podem ir sozinhos nesse horário. O irmão complacente recusa-se a acompanhá-los; ¡O que eles iriam dizer no círculo! Aproximava-se da casa do padre, não queria saber de nada das aparições, elogiava a sua recusa em ir e seria justificado perante a irmã e os amigos dela. A reação do padre não foi menos inesperada que a do casal Soubirous: “Nossa, nossa. Gostaria que um homem sério como você fosse ver o que está acontecendo lá.

No dia seguinte, terça-feira, dia 23, antes das 6 horas, uma centena de pessoas já estavam reunidas na gruta. Vários senhores de Lourdes, todos incrédulos, todos tentando justificar a sua vinda, juntos verificam a gruta: alguma fresta por onde a luz pode penetrar...

Um murmúrio anuncia a chegada de Bernadette. O rosário começou. Estrade, o cobrador de impostos, que não parava de fazer rir a irmã e os amigos com suas "piadas bobas e vulgares", como ele mesmo as definiu mais tarde, é o melhor narrador da cena. De repente, no final do primeiro mistério, como se tivesse sido atingida por um raio, ela sentiu um arrepio de admiração. Ela se transformou: ¡seus olhos brilharam, um sorriso de anjo apareceu em seus lábios, uma graça indefinível se espalhou sobre ela, ¡ela parecia diferente! Os homens, subjugados, tiraram os chapéus e ajoelharam-se como as mulheres da cidade. Ninguém vinha com ninguém, mas Bernadette conversava, às vezes cheia de alegria, outras vezes, quando pedia, gritava para os espectadores, rezando e rezando: “Se eu fiz isso no céu, nunca mais farei”. ". A melhor atriz do mundo seria incapaz de repetir tal cena. O êxtase durou uma hora, que pareceu curta para quem o contemplou. Quase no final, Bernadette foi de joelhos até a roseira brava, levantou-se e beijou o chão. A aparição pediu-lhe estes atos de humildade. Naquele dia ele lhe contou um dos três segredos pessoais, que, junto com a oração só para ela, ele nunca revelará; Por alguns indícios suspeita-se que tratassem da sua vocação religiosa e que morreria jovem.

Quando ele terminou, ele gentilmente voltou a si e desapareceu na multidão. Os “intelectuais” de Lourdes, que estiveram presentes, retiraram-se confusos, silenciosos, então não conseguiram reprimir a emoção: “É prodigioso..., sublime..., divino...” Estrade confessa que sentir a presença de a Rainha dos Céus e que ela teria permitido que ele estivesse com Ela, levou-o ao delírio.

Dois testemunhos femininos também não têm preço. Durante o êxtase, Eleonora Pérard (quem diria que essa safada seria Filha da Caridade no ano que vem?) enfiou um alfinete grande, de cabeça preta, no ombro de Bernadete, que nem percebeu. A senhorita Estrade, por sua vez, notou que a vela escorregou um pouco da mão da vidente até chegar ao chão, de modo que seu dedo indicador permaneceu muito tempo sobre a chama; devia estar carbonizado. Ele não se atreveu a tocar na vela e ficou surpreso por não reclamar. Depois teve muito interesse em voltar para casa, onde verificou que a mão estava perfeitamente bem. Lá ele também viu que o menino que ele tantas vezes alimentou era irmão de Bernadette; E a partir desse dia, o pequeno Juan María, de 6 anos, fazia um lanche todos os dias dentro de sua casa.

Seria interminável contar todas as visitas e perguntas à médium, até esgotá-la, todos os comentários, as discussões; como os céticos estavam acreditando...

OITAVA APARIÇÃO

(Quarta-feira, 24 de fevereiro): Participam entre 400 e 500 pessoas. Antes de terminar o primeiro mistério, Bernadette cai em êxtase; É muito comovente: a certa altura ela chora e volta a si, levanta-se, chora, porque alguém, para vê-la melhor, afastou os ramos da roseira brava: "Quem tocou no espinheiro?" Depois ele vai várias vezes até o fundo da caverna. O rosto entristece-se e ilumina-se repetidamente; chorando, ele se volta para os que estão ao seu redor e repete as palavras da Virgem:

— Penitência, penitência, penitência!

A emoção toma conta de sua tia Lucila que grita; com isso a aparência cessa. Aí ele dirá a ela: “Tia, você não deveria voltar para mim”.

NONA APARIÇÃO

(Quinta-feira, 25 de fevereiro): Como no dia anterior, cerca de 400 pessoas, a maioria mulheres, algumas a partir das duas da manhã para conseguir um bom lugar. Está chovendo. Antes do amanhecer, Bernadette chega. As pessoas exigem que os guarda-chuvas sejam fechados e os chapéus removidos. Sem terminar o primeiro mistério, Bernadette cai em êxtase. Será um dia memorável: o dia da entrega da fonte milagrosa. A Virgem lhe diz:

—Vá beber na fonte e lave-se nela.

Ela vai de joelhos, entre o povo, até a gruta; Ali não encontra água, vai até o rio, mas a Virgem lhe diz que está no fundo da gruta. Ele só encontra o chão molhado, então ele cava, pega água três vezes com a mão, mas tem que jogar fora porque está muito sujo; Na quarta vez ele pode beber e lavar o rosto, que está todo manchado de lama. Então a Virgem lhe envia:

—Vai comer aquela grama aí.

É uma espécie de trevo (dorina ou crisoplenia) que cresce entre as rochas molhadas. Bernadette pega as folhas, mastiga e acaba cuspindo fora, porque são muito duras e amargas. Depois de se levantar, ele retorna ao seu lugar. Sua tia Bernarda enxuga seu rosto e lhe dá um tapa; Ela está indignada. Ela se ajoelha e depois de alguns momentos a visão desaparece.

As pessoas que apenas viram o modo de proceder de Bernadette não o compreendem. Os incrédulos e curiosos a consideram louca. Os seus próprios apoiantes e amigos ficam arrasados, repreendem-na, não conseguem acreditar que a Senhora lhe ordene fazer tal disparate. ¿Mas tudo já não é uma forma de penitência como ontem te perguntei?

Penitência maior no dia seguinte. Ele foi, eram pelo menos 500 pessoas, rezou, beijou o chão,... e a Virgem não apareceu. Ele voltou chorando.

No entanto, a nova fonte atrai cada vez mais atenção, embora ainda seja pequena. Já na quinta-feira, duas pessoas tiveram a ideia de encher alguns jarros com água. Desde sexta-feira, cada vez mais pessoas vão procurar essa água.

DÉCIMA APARIÇÃO

 (Sábado, 27 de fevereiro): Noite de vento frio. Às três já tem gente na caverna. Alguns foram para uma de suas casas distantes. Durante toda a noite você pode ouvir o som de tamancos nas ruas de Lourdes. Os seis lugares de pessoas formam uma massa compacta, não 6 por metro quadrado, mas 10 e 12, nota o diretor da Escola Superior. Às seis e meia Bernadette chega, não é fácil abrir caminho para ela. Ele fica de joelhos e entra em êxtase. A Virgem lhe diz: —Vá beijar a terra em penitência pelos pecadores.

De joelhos ele vai até o fundo da gruta, beijando o chão com frequência. Bebeu da fonte com a mão e lavou-se um pouco.

 DÉCIMA PRIMEIRA APARIÇÃO

(Domingo, 28 de fevereiro): Chove a noite toda e o frio é intenso. Apesar de tudo, mais de 1.100 pessoas estão há horas na gruta à espera de Bernadete. No êxtase de hoje, várias vezes, seguindo as instruções da Virgem, ele vai e volta de joelhos ao fundo da gruta, beijando repetidamente o chão. Um segurança impressionado gritou: “Que todos beijem o chão!” As pessoas tentam fazer isso, mas devido à pressão não é possível para muitos.

O povo espera algo extraordinário – talvez um grande milagre, ou um castigo – na quinta-feira, dia 4, a última das quinze que Bernadete deverá ir à gruta. As autoridades estão preocupadas. Nesse dia, porque há mercado, uma multidão se reunirá em Lourdes e Massabielle. ¿O que fazer depois de seus repetidos fracassos em impedir a menina de ir à gruta? O promotor imperial, Dutour, faz com que ela seja interrogada por Rives, o juiz de instrução. Um oficial de justiça vai procurá-la depois da missa. Ele a impede. A irmã dele chora, esse é o primeiro passo para a prisão; mas ela ri. "Segure-me com força, senão vou fugir." O juiz está sentado à sua mesa e ordena que Bernadette o faça, o comissário Jacomet caminha e o oficial de justiça permanece de pé, que será o narrador da cena.

—Seu malandro, ¿por que você vai até a gruta e incomoda tanta gente? ¿Quem manda você fazer isso? Nós vamos trancar você na prisão.

-Estou preparada. Tranque-me, mas faça-o forte e bem fechado; Se não, eu escaparei.

Ele não achou graça.

—Você tem que parar de ir à gruta.

—Não vou parar de ir.

O xerife fica surpreso com sua calma. "Ela tem que ser inspirada ou será uma santa." Nesse momento a situação foi salva pelo superior do hospital, que chegou chorando e dizendo:

— Rogo aos senhores que deixem a menina conosco. Não

 

  

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