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miércoles, 23 de marzo de 2022

Santifiquemo-nos na verdade. LEALDADE E FIDELIDADE.

 

                                                                            O FILHO PRODIGIO


Para terminar de tratar do assunto que nos propusemos a fazer, — como a verdadeira santidade deve basear-se na probidade natural —, só nos resta dizer uma palavra sobre lealdade e fidelidade. Ser leal e fiel também é uma forma, e talvez a mais importante, de dizer a verdade.

Como vimos em artigos anteriores, (1) a veracidade nos faz dizer a verdade; justiça, fazendo a verdade em nossa conduta geral. A lealdade também nos leva a fazer a verdade, mas não precisamente em nossa conduta geral, como a retidão, mas no campo especial dos compromissos que unem os homens uns aos outros, sejam eles compromissos propriamente ditos, que vinculam por justiça, como os contratos. , dívidas, etc.; se são simples promessas que só se vinculam pela fidelidade; já em matéria de afeto, principalmente no caso de amizade.

A lealdade acrescenta persistência à ideia de lealdade, ou seja, a fidelidade não é uma lealdade temporária ou ocasional, mas permanente, habitual, definitiva.

Não vamos parar para refletir sobre o quanto é necessária a fidelidade no cumprimento de nossos compromissos formais, no respeito à nossa palavra de honra prometida, no pagamento de dívidas, salários, etc., em tempo hábil. Tudo isso é muito claro e isso é exigido conjuntamente pelos deveres sociais e pela própria dignidade pessoal.

Mas queremos focar em um ponto especial que, por mais negligenciado que seja, merece que façamos algumas reflexões sobre ele: é a pontualidade ou precisão.

A pontualidade é a cortesia dos reis, alguém já disse. E o atraso – não o ocasional e involuntário, mas o voluntário e habitual – é a falta de civilidade que mais revela desordem ou fatuidade.

A causa do atraso é múltipla:

Alguns são impunes por natureza. Diz-se graciosamente deles que vieram ao mundo com uma hora de atraso, e durante toda a vida correram para pegar essa hora, sem nunca conseguir.

Outros o são por descuido, descuido, impudência; pensam com certo cinismo que não vale a pena se apressar para chegar na hora, pois quem se apressa e é pontual é obrigado a esperar quem chega atrasado...

Outros são por falta de espírito de ordem. A falta de pontualidade nada mais é do que desordem no tempo, causada pela desordem geral em que vivem. De modo que uma pessoa não pontual é normalmente desordenada no arranjo geral de sua vida, e a experiência mostra amplamente isso.

Dar-nos ao luxo de nos fazer esperar sem motivo justo e mesmo quando não se trata de superiores, é uma falta de consideração muito embaraçosa pelos outros.

Também tem uma certa razão de injustiça, porque é um roubo, e um roubo daquela coisa tão preciosa quanto o tempo. O impontual desperdiça o tempo de quem é exato, e perder tempo é desperdiçar vida.

Pelo contrário, um homem pontual. Que ele tenha uma hora para cada ocupação e uma ocupação para cada hora, é o que torna sua vida mais proveitosa, o que tem tempo para tudo, o que o usa melhor do que ninguém.

Essa é, entre muitas outras, uma das vantagens da vida religiosa, que não pode ser concebida sem pontualidade, exatidão, regularidade.

Então, se queremos respeitar os outros, e sobretudo, se não queremos perder tempo miseravelmente, vamos colocar ordem em nossas vidas, começando por ordenar nosso tempo com pontualidade e precisão.

Mas quem fala de fidelidade não pode deixar de pensar em amor, em amizade.

Depois da sinceridade, é o que mais buscamos no amor, você realmente me ama? - é a primeira pergunta feita por um coração que ama- Você sempre me amará? - é a pergunta que necessariamente vem a seguir.

Porque o amor é vida; e assim como não é a vida verdadeira que termina: a vida verdadeira deve ser imortal; assim não é o amor verdadeiro que morre; o amor deve ser fiel se não quer ser ironia e mentira.

De que vale o amor se for apenas um ato passageiro, como um relâmpago na noite escura? É por isso que não buscamos tanto no amor quanto na fidelidade. Na amizade, acima de tudo.

Todo coração que se eleva acima da triste vulgaridade; todo coração nobre, todo coração que vibra, sente a necessidade de encontrar outro coração que o compreenda e possa desabafar da plenitude que o transborda – dores e alegrias, tristezas e esperanças, ilusões e decepções: precisa de um coração amigo.

Peo O que é um amigo desleal, um amigo que trai? Quanto vale um amigo infiel? Nenhuma ingratidão é mais profunda do que a traição. E traição é tudo infidelidade em um amigo.

Amizades sinceras são raras. Mas entre amigos, muito raros são os fiéis. vou dizer mais; o pobre coração humano é tão fraco, tão limitado, que cedo ou tarde se cansa... abandonado à sua própria força não sabe ser fiel com aquela fidelidade que vai além-túmulo.

Essa fidelidade é a flor do cristianismo e o fruto da graça e o fruto da graça e da virtude. O amor de Cristo, longe de destruir os legítimos afetos naturais, exalta-os, purifica-os e infunde-lhes aquela estabilidade, aquela fidelidade que ignora a fraqueza humana.

Quem viveu muitos anos não experimentou esta amarga verdade? Amigos de nossa infância, amigos de nossa juventude, quando o coração virgem de toda decepção se abriu espontaneamente ao amor, onde estão vocês? Amigos de dias prósperos, quando chegou a hora da humilhação, quando o infortúnio nos abateu, quando os homens nos viraram as costas, amigos de dias melhores, onde estão vocês? 

O coração do grande Lacordaire, ilustre modelo de amizade cristã e seu mais exaltado panegirista, experimentou esta aguda decepção nos últimos dias de sua vida.

No grande parque de Sorenze, talvez vendo as folhas secas caírem das árvores na esplêndida tristeza do outono, escreveu melancolicamente: “A amizade é para mim uma árvore velha da qual restam apenas algumas folhas de outono. Será que eu vou ver isso cair um dia...?

Bem conhecido é o caso do famoso Pe. Didon, maior no exílio e no julgamento do que nos triunfos de suas conferências na Trindade, em Paris.

Acusado e perseguido pelos bons, a mais dura das perseguições, foi afastado por seus superiores de todos os ministérios e confinado no convento solitário de Corbara, na ilha da Córsega. Os amigos que o haviam encorajado e sustentado em suas horas prósperas o deixaram cair em descrédito sem levantar a voz para defendê-lo ou justificá-lo. Sofrendo este rude golpe, escreveu do seu exílio esta magnífica página onde palpita a nobreza da sua alma e a amargura da sua dor: ".

É necessário não pedir aos homens mais do que eles não podem dar. Direi mais: é preciso não esperar nada e dar tudo.

Quando são bons e altruístas, são abençoados; quando são hostis e indiferentes, também são bem-aventurados... Cristo nos ensinou estas grandes virtudes: basta seguir seus passos.

Um amigo... um amigo... sabe o que é isso? Ele é um ser que nunca duvida de você, porque o maior dano que pode ser feito a um homem é duvidar dele.

Um amigo é um ser que não exige nada de você e que está disposto a dar tudo.

Um amigo é um Terra Nova que pula na água para salvá-lo.

Um amigo é um cão fiel que pula no pescoço de quem te ataca.

Um amigo é um ser clarividente que tem a coragem de lhe dizer: Você errou!

Um amigo é um coração magnânimo que esquece e perdoa.

Um amigo é um ser que está empenhado em servi-lo.

Um amigo é uma pérola que está no fundo dos mares... Verdadeiros amigos! Onde você está?... Eu, eu conheço um! E eu poderia dizer, e digo: Esse amigo me basta! Ó amado Cristo! Você, você não trai! Você é severo e doce; Você é infinitamente bom; Você corrige e salva, Você, você não é, Você não guarda rancor; Vocês são maiores que nós, pobres e miseráveis ​​seres de um dia que sonhamos na eternidade e que... não sabemos amar! Acreditamos que nossas paixões terrenas são o amor, e que nosso amor egoísta é o amor sem fundo e sem fronteiras que só podemos encontrar em você!”

A Imitação de Cristo já o havia dito com maestria:

“Sem um amigo você não pode viver muito: e se Jesus não for seu amigo muito especial, você ficará muito triste e desconsolado. Bem, loucamente você faz isso se confia em outra pessoa e se alegra…”

Só Jesus deve ser amado singularmente, porque só Ele é mais fiel do que todos os amigos... Nunca ambicione ser amado singularmente por ninguém... porque tal amor só se deve a Deus, que não tem igual”.

Não devemos, no entanto, chegar ao pessimismo de não acreditar de forma alguma na amizade humana. Sobrenaturalizado pela graça, pode ter uma estabilidade que, se não for comparável à do Coração de Cristo, dela participa.

O próprio Lacordare disse: “Seria tão difícil para mim ser incrédulo na amizade como na religião, e acredito na adesão dos homens como na bondade de Deus. O homem engana e Deus nunca engana, e nisso eles diferem; mas o homem nem sempre engana e nisso se assemelha a Deus. Uma criatura fraca e falível, sua amizade é ainda mais valiosa quando ele a carrega em um recipiente frágil e quebradiço. Ame sinceramente em um espírito sujeito ao egoísmo, ame castamente em uma carne corrupta, ame eternamente em um dia que declina e morre…” Que grande verdade, meu Deus!

Tenhamos caridade para com todos, mas reservemos nossa amizade para poucos. Mas com esses poucos sejamos fiéis e leais a todo custo. Procuremos antes dar do que receber, pois nisso há uma alegria mais íntima e nobre, segundo as palavras dos Livros Sagrados: "Beatius es magis dar quam accipere", sejamos indulgentes no perdão, rápidos no esquecimento ofensas, generoso em perdoar sempre.

E assim, apesar de tudo, esses santos efeitos que tanto adoçam o exílio venham a morrer, que não seja nossa culpa, que tenhamos o consolo de ter sido fiel até o fim, e que nas ruínas daquelas amizades que foram , que o eterno de nossa fidelidade e nossa memória ainda floresça...

Mas é impossível falar de fidelidade sem pensar em nosso bom Deus que com tão notável insistência é chamado nos Livros Sagrados: "FIDELIS DEUS" porque seus dons são sem arrependimento, porque suas promessas são infalíveis, porque sua misericórdia e seu amor são eterno.

Quem é fiel como Deus?... Quem é o homem que, na tortura do remorso, na amargura desesperada da queda, no abandono das criaturas, se se volta para Deus, não provou a doçura indizível de sua fidelidade amar? Quando o procuramos sem depois encontrar seus braços abertos, esquecendo todas as nossas traições? Quando fomos chorar em seu colo sem que sua mão enxugasse nossas lágrimas? Quando, depois de caídos e manchados, voltamos a Ele em arrependimento, não encontramos então Seu amor que vem ao nosso encontro, envolvendo nossa indigência com o manto real de Seu perdão e Sua misericórdia? Quem é fiel como Deus?...

Fonte Padre JG Treviño.

Adaptação. Padre Arturo Vargas Meza. 

 

 

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