sábado, 12 de noviembre de 2022

A VIRGEM DE GUADALUPE NO MÉXICO.


 Nossa Senhora e Juan Diego

Observação. Chegaram providencialmente à redação alguns folhetos sobre as aparições da Bem-Aventurada Virgem Maria, aparições autorizadas pela igreja habitual, tais como: Nossa Senhora de Guadalupe, Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora de Lourdes e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que vou colocar a sua disposição neste blog, só peço um pouco de paciência pois eles devem ser escaneados, transferidos para o Word, adaptar os textos e transferidos para o blog.

Estes artigos irão, com o propósito, de encorajar a quem os lê a devoção nos vossos corações às verdadeiras devoções a Nossa Senhora e contra a corrente "devotio moderno" que surgiu para eliminar o que a Igreja Católica aqui recomendou e em todas as partes do mundo católico de outrora.

Quero iniciar a entrega destes artigos com as aparições de Nossa Senhora de Guadalupe, já bem conhecidas por muitos, nunca é demais recordá-las sempre sob outro aspecto sem perder a veracidade dessas aparições.

I. A VIRGEM DE GUADALUPE

NO MÉXICO

As intervenções de Nossa Senhora na história são sempre deliciosas. Muitas vezes com curas prodigiosas, entre as quais se destaca o milagre de Calanda de la Virgen del Pilar. Outras vezes com mensagens para a nossa salvação, como a importantíssima de Fátima. No México as aparições de Santa Maria para converter os indígenas ao catolicismo, têm um selo especial, seu próprio retrato, e ver sua imagem será suficiente para nos levar a Jesus; ¡A Mãe de Deus pode fazer tanto com sua figura sozinha!

Vamos conhecer a história, começando pelos antecedentes que a enquadram.

Numa Sexta-feira Santa, 22 de abril de 1519, 26 anos depois de Colombo descobrir a América, outro grande conquistador, o extremadura Hernán Cortés, desembarcou no México, em Veracruz. Com poucos homens, grande audácia e gênio militar, entrou na Cidade do México em 13 de agosto de 1521, conquistando rapidamente territórios maiores que a Espanha, com as conhecidas vicissitudes de sua "triste noite", a queima de navios, etc.

Sobre a cultura, organização política e religião dos diversos povos que habitaram aquelas terras, tomamos de um de seus descendentes, o professor Ceferino Salmerón:

O México, a rigor, nada mais era do que uma cidade de Tenochtitlan, pátria dos astecas; a oeste o reino de Tacuba e o Tarasco, a leste o de Texcoco; os maias, que não formavam um reino, a sudoeste, na península de Yucatán; no sul, os reinos mixteca e zapoteca; todos independentes dos astecas: «Tribos e povos semi-civilizados, viviam da forma mais miserável e rudimentar. Sua dieta escassa e pobre consistia basicamente de bolos de milho, feijão, pimenta, ervas selvagens, raízes de plantas e uma variedade de vermes. Não conheciam o pão de trigo, a variedade de carnes de animais domesticados de quatro patas, vinho de uva, gorduras e azeite, leite de vaca ou cabra, porque aqui não existia gado e cabra.

Espanha, sua filha Nova Espanha, povoou-o com todo tipo de plantas e árvores frutíferas, como frutas cítricas, maçãs, peras, bananas e videiras, coqueiros e cana-de-açúcar. Introduziu cereais, desconhecidos entre os nativos, como trigo e cevada, centeio e arroz. E quanto ao gado, ele introduziu em abundância, no México, o porco, a cabra, a ovelha, o gado e o cavalo, a mula e o burro, que aqui não havia um único desses animais tão úteis aos homens em todas as esferas da vida.

A Espanha ensinou ao índio o uso da roda, que ele nunca havia posto em prática, e cuja ignorância o mantinha preso em um atraso irreparável; mas também ensinou aos povos indígenas conquistados o aprendizado do artesanato e das indústrias européias, que tanto lhes fez bem. Finalmente, a Espanha ensinou os povos indígenas a melhorar sua alimentação, seus quartos e sua maneira de se vestir, usando tecidos e panos e ternos que eles não conheciam antes da conquista, e por isso estavam nus ou seminus. Alguns deles, com sua escrita hieroglífica, passaram do período pré-histórico para o proto-histórico.

A grande cultura indigenista, especialmente a asteca, da qual tanto falam escritores norte-americanos, ingleses e franceses, nada mais é do que um grande mito, e um mito com todos os signos e peles do anti-catolicismo e do anti-hispanismo. Porque para falar de tal cultura seria preciso perguntar: ¿onde está seu alfabeto? ¿Onde estão suas obras de literatura, filosofia, história, matemática, ¿eloquência e geometria? Onde estão suas obras-primas de arquitetura, escultura e pintura que rivalizavam com as européias dos séculos XV e XVI? Os nativos estavam submersos no paganismo mais denso e degradante. Sacrifício humano, canibalismo, embriaguez desenfreada, sodomia e feitiçaria eram as paixões dominantes das almas e corpos dos habitantes desta enorme região do Novo Mundo. O povo asteca foi o primeiro em tais práticas degradantes. Na véspera da descoberta do Novo Mundo, em 1487, Ahuítzotl, o oitavo rei asteca, sacrificou a Huitzilopochtli, deus da guerra, pelo menos vinte mil vítimas humanas em quatro dias consecutivos». Até agora o professor mexicano.

Esta era a realidade histórica que importa conhecer. Três séculos depois, quando em 1821 o México rompeu sua unidade política com a Coroa da Espanha, tinha quatro milhões e meio de km2 de cuja civilização são testemunhos perenes de sua língua, sua literatura, seus grandiosos templos cheios de objetos artísticos... ( Em 1848, quando o México se separou da Espanha, os Estados Unidos apreenderam quase dois milhões e meio de km.2: Texas, Novo México, Califórnia...)

A evangelização dos índios já começou Fray Bartolomé de Olmedo, Mercedário, capelão do exército espanhol. Em 1524 chegaram os franciscanos, e mais tarde seguiriam outras ordens e padres. Mas dez anos depois, em 1531, mesmo as conversões eram poucas, quando uma prodigiosa intervenção da Rainha do Céu iria mudar radicalmente a situação religiosa.

O relato mais antigo que temos do prodigioso acontecimento foi escrito por um índio, D. Antonio Valeriano, natural de Atzacpotzalco, parente do imperador Moctezuma. Dos dez aos doze anos, recebeu a instrução primária dos missionários franciscanos numa casa ao lado do convento de S. Francisco, e quando foi fundado o Colégio de Sta. Cruz de Tlatelolco, em 1535, foi um dos primeiros escolares. Ele se destacou tanto no estudo das línguas mexicana, latina e castelhana, em retórica, filosofia e história, que mereceu suceder seus próprios professores no ensino de crianças em idade escolar; para o «Códice de Santiago», em janeiro de 1552, menciona Valeriano com o título de leitor. Também foi tido como colaborador de sua grande obra História geral das coisas da Nova Espanha, o famoso franciscano Frei Bernardino de Sahagún. Por sua prudência, juízo correto e conhecimento das coisas, foi governador dos índios por 32 anos, de janeiro de 1573 até agosto de 1605, quando faleceu. Governou com grande aceitação e edificação de todos, pelo que o próprio Felipe II lhe escreveu uma carta muito favorável, fazendo-lhe muitos favores.

Esse índio, educado graças aos conquistadores, escreveu seu relato entre 1545 e 1550, em náuatle, língua dos mexicas ou índios mexicanos. Esta relação passou para as mãos de D. Fernando de Alba Ixtlixóchitl (1568-1648), neto, por parte de pai, dos reis de Texcoco, cuja história de cujo reino escreveu, e, por parte de mãe (a já referida princesa Papantzin) de Cuitláhuac, penúltimo imperador do México. D. Fernando acrescentou alguns milagres ao manuscrito e, quando morreu, legou-o, com todos os seus papéis, ao Pe. Carlos Sigüenza y Góngora, ex-jesuíta que mais tarde morreu na Companhia de Jesus, e depois passou para a biblioteca de o Colégio Jesuíta do México. Quando foram expulsos do México por Carlos III em 1767, foram para a Universidade do México, de onde o general Scott os levou para Washington em 1847. Aí se perde o original, mas foi publicado em 1649 pelo bacharel Luis Lasso de la Vega, sacerdote de Guadalupe de 1647 a 1657. Seu censor eclesiástico, Pe. Baltasar González, SJ, reitor do Colégio dos Índios e notável mexicano, disse dele: «Eu encontrar esta relação ajustada ao que por tradição e anais se sabe do fato”. A primeira tradução apareceu já em 1648, por obra do Pe. Miguel Sánchez, oratoriano, emaranhado, com muitos acréscimos eruditos; em 1675 outra, apenas parcialmente literal, foi feita por Luis Becerra Tanco, sacerdote filipino, professor de língua asteca na Universidade do México, muito bem escrita (cf. na História do Culto de Maria na Ibero-América, Rubén Vargas Ugarte, SJ, 3ª edição volume 1, Lima-Madrid 1956). Mas a tradução que melhor preserva o estilo indiano (com sua delicadeza e seus diminutivos, que tanto influenciou no espanhol do México), e atualmente o ordinário, é o do licenciado Primo Feliciano Velázquez (México 1926); porém, estranhamente, seu castelhano é arcaico, razão pela qual o retocamos com a versão de Becerra à nossa frente, assim como as notas linguísticas eruditas de Velázquez (A aparição de Sta. María de Guadalupe, México 1931), e o novo, mais literal tradução. , do Rev. Mario Rojas. A relação do índio Valeriano é conhecida pelo nome de suas duas primeiras palavras: NICAN MOPOHUA, que significa: "Aqui se refere". as notas linguísticas eruditas do próprio Velázquez (A aparição de Sta. María de Guadalupe, México 1931), e a nova tradução mais literal do Rev. Mario Rojas. A relação do índio Valeriano é conhecida pelo nome de suas duas primeiras palavras: NICAN MOPOHUA, que significa: "Aqui se refere". as notas linguísticas eruditas do próprio Velázquez (A aparição de Sta. María de Guadalupe, México 1931), e a nova tradução mais literal do Rev. Mario Rojas. A relação do índio Valeriano é conhecida pelo nome de suas duas primeiras palavras: NICAN MOPOHUA, que significa: "Aqui se refere".

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* Mexicas: os nascidos da nopalera (= local dos nopales, espécie de figos da Índia) porque, segundo as lendas, se estabeleceram onde viram uma águia comer uma cobra em uma nopalera. A cidade: Mexiquic = ao lado da nopalera. Também chamados de astecas: aqueles que vieram de Aztlán = lugar das garças).

Os toltecas, —populadores antes dos astecas— falaram de um homem branco barbudo, que pregava o bem, fundou uma cidade e desapareceu através do mar oriental (Golfo do México) prometendo voltar. Este personagem foi divinizado e identificado com o sol. (Cf. Um grande sinal apareceu no céu, Sta. Cruz Altillo, México 1976).

 De acordo com Fernando de Alva Ixtlixóchitl em sua Historia Chichimeca, Netzahualcóyotl, um rei filósofo, chegou ao conceito do Deus invisível, criador de todas as coisas, a quem ele adorava. Uma noite, um jovem resplandecente apareceu ao seu pajem, Iztapalotzin, que lhe disse que ele havia sido enviado pelo Deus Todo-Poderoso, que ficara satisfeito com as ofertas de seu senhor, para que um de seus filhos derrotasse o rei de Chalco (que havia sacrificado dois de seus filhos). ) e teria outro filho que o sucederia. Ambas as coisas aconteceram, e assim ele construiu um templo ao Deus desconhecido, criador de todas as coisas. Um jovem vestido de branco, com asas emplumadas e uma cruz na testa, enviado pelo verdadeiro Deus invisível, também apareceu a Papantzin, a irmã de Moctezuma, já aparentemente morta: A princesa viu várias galeras no mar, com homens de capacetes brancos e bandeiras com a cruz. "Esses homens conquistarão esta terra e trarão a adoração do verdadeiro Deus, criador do céu e da terra, que quer que você seja o primeiro a receber a água que lava o pecado”. De fato, mais tarde ela foi batizada com o nome de Dona María, junto com seu sobrinho Antonio Valeriano.

 

 

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