martes, 18 de octubre de 2022

DOS VÁRIOS TIPOS DE MILAGRES REALIZADOS POR JESUS ​​CRISTO DURANTE SUA VIDA PÚBLICA.

  

A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO


A questão anterior tratou de milagres, com o Senhor em geral; o presente trata das diversas classes desses milagres, que são quatro: milagres sobre os demônios, sobre os corpos celestes, sobre os enfermos e sobre os mortos e, por último, dos milagres sobre as coisas materiais terrestres.

Os povos antigos viviam em contínuo pânico por causa dos espíritos, aos quais atribuíam todos os males que afligem a humanidade, principalmente as doenças. As representações plásticas que os assírios e babilônios nos deixaram dos espíritos, mostram-nos muito claramente a ideia que tinham deles. Boa parte da religião se reduzia a combater os maus espíritos por meio de feitiços e exorcismos. Essa ideia se espalhou amplamente nas regiões ocidentais;

Não há dúvida de que havia muita superstição nisso, mas que havia também uma boa dose de verdade é demonstrado pela Sagrada Escritura, especialmente o Novo Testamento. Existem vários nomes pelos quais eles são geralmente designados: Satanás, adversário; Diabo, acusador, caluniador; Belzebu, Belial. No terceiro capítulo do Gênesis nos conta como a serpente, o animal mais astuto de todos os que Deus havia criado, seduziu a mulher, fazendo-a comer “o fruto proibido e quebrar o preceito divino. Ao que se seguiu a sentença divina, amaldiçoando a serpente e decretando a luta perpétua entre a serpente e a prole da mulher até que ela esmagasse sua cabeça, obtendo uma vitória completa. Sob a imagem da serpente, que tinha tanto    Na superstição antiga, o autor sagrado, um eminente poeta, nos fala       do espírito maligno; A luta que aqui se prevê verifica-se na história       da humanidade, tanto nos povos primitivos como nos mais       cultos, antigos e modernos. Prova     disso é o fascínio que    o povo sofreu, em virtude do qual deu o esquecimento ao verdadeiro       Deus, por abraçar a fé nos deuses mais absurdos e no    valor dos cultos mais bárbaros. A história de Israel é quase toda       uma luta entre o culto da     seu Deus, que tão claramente se revelou a eles, e os cultos cananeus, fenícios, assírios, babilônicos e gregos. Nesta luta o espírito do mal está sempre escondido. Às vezes aparece sob o nome de Satanás, como em Jó 1,6.9.12; Reg 1 Par 21.1; no profeta Zacarias 3,1s, e em 1 Reg. 2.22ss, onde inspira os falsos profetas a enganar o rei de Israel. Mas está, sobretudo, nos evangelhos e no restante dos livros novos.

Testamento onde a tentação de Satanás é descoberta; que começa por tentar Jesus a saber se ele é, de facto, o Filho de Deus, o Messias, e a separá-lo dos desígnios divinos e até mesmo sujeitá-lo aos seus, exigindo que lhe preste homenagem (Mt. 4, sss ). Confuso com a resposta do. Senhor, ele se retira, esperando uma ocasião melhor; mas entretanto não desiste do seu compromisso, aclamando Jesus como o Santo de Deus (Mc 1,24), o Filho de Deus (Mc 3,12), o Messias (Lc 4,41), para excitar o entusiasmo das multidões e induzi-las a criar dificuldades para o ministério de Jesus, que por isso o obrigou a ficar calado. Outras vezes se queixavam do Salvador, que tinha vindo para guerrear contra eles (Me. r, 24). E, efetivamente, Jesus o fez, não apenas iluminando as almas e tirando-as das trevas de seus erros, mas também livrando os corpos da possessão diabólica. Os resultados desta luta são declarados pelas palavras de Jesus aos setenta e dois discípulos, que, enviados a pregar, voltaram exultantes porque até os espíritos lhes obedeciam em nome de Jesus: eu vi, o divino Mestre lhes diz, eu vi Satanás cairá do céu como um relâmpago. Eu te dei poder para andar sobre serpentes e escorpiões e sobre todos os poderes inimigos, e nada te fará mal (Lucas 10, I8S). Os fariseus, impressionados com esse poder de Jesus, atribuem-no ao de Belzebu, príncipe dos demônios, com quem Jesus teria feito pacto; mas o Mestre responde mostrando-lhes o absurdo de tal explicação e declarando que, se o império de Satanás retroceder, é sinal de que o reino de Deus está progredindo. Na última ceia que Jesus celebrou com seus discípulos, o divino, O Mestre declara-lhes dizendo: Simão, Simão, Satanás procura-te para te espreitar como o trigo; mas eu orei por você para que sua fé não desfaleça, e você, uma vez convertido, confirme seus irmãos (Lc 22,3is). Alusão é ao que acontecerá na paixão de Jesus. Porém, a partir dessa oração, Satanás conseguiu conquistar o traidor e colocá-lo a serviço dos inimigos de Jesus e ministros do príncipe das trevas (Lc 22,3s; Jo. 13,2.27). Mas, pela morte de Cristo, o poder do diabo será desfeito e a antiga profecia será cumprida: Ela (a descendência da mulher) esmagará sua cabeça. Com efeito, lemos em São João (12,31): Agora será expulso o príncipe deste mundo. E mais adiante (16,1.1): O príncipe deste mundo já está julgado. Tal é o significado da expulsão dos espíritos impuros dos corpos dos possuídos. São Pedro lembrou-se desta obra do Senhor falando ao centurião Cornélio e à sua casa, dizendo: Você sabe o que aconteceu; em toda a Judéia... como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder e como ele andou fazendo o bem e curando todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele (Mt. 10:30). O mesmo apóstolo adverte os fiéis que o nosso adversário, o diabo, como um leão que ruge, ronda e procura alguém para devorar, a quem devemos resistir armados de fé (1 Pe 5,8s). O apóstolo São Paulo fala também aos efésios sobre os poderes obscuros aos quais viviam sujeitos e com os quais ainda têm que lutar (Ef. 2,2; 6,16); pois, embora derrotado por Cristo, Ele não quer admitir sua derrota e até o final vai continuar na luta. Aos tessalonicenses ele fala de como o diabo conferirá seus poderes aos ímpios, ao homem da iniqüidade, ao filho da perdição, que se levanta contra tudo o que é divino (2Ts 2,3s).     

Mas, sobretudo, é São João quem pinta para nós no Apocalipse as lutas da Igreja com o diabo, encarnadas no império pagão perseguidor, Roma e seus ajudantes. A luta começa com o próprio mistério da encarnação. Quando aparece no céu a mulher que, em meio às dores do parto, vai dar à luz o Messias, vê-se outra figura, a do dragão, pronto para engolir o filho da mulher assim que ele nascer. Mas ele não conseguiu o que queria, e então começa a perseguir a mãe, que também foge para o deserto, longe do alcance do dragão, O Senhor viu Satanás cair do céu, como um raio. Foi a vitória sobre Satanás. São João pinta para nós uma batalha no céu entre os anjos de Deus e o dragão com os seus. Eles foram derrotados e jogados no chão. É a vitória dos fiéis que vencem pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho. Mas o dragão, furioso, persegue os filhos da mulher, os fiéis de Cristo. Ai da terra e do mar, porque o diabo desceu a vós animado de grande fúria, porque sabe que lhe resta pouco tempo (Ap 12,12). Esta luta termina na batalha do Armagedom, o monte de Megido, onde se junta a Palavra de Deus, o fiel e verdadeiro no cumprimento de suas promessas, seguido pelos exércitos celestiais, e a Besta, acompanhada pelos reis da terra com seus exércitos, para dar a batalha decisiva. O autor não se detém na descrição da luta, pois contra a Palavra de Deus, quem pode lutar? Um sopro de sua boca é suficiente para destruir os exércitos mais poderosos. E, de fato, foi assim que aconteceu. a Besta e o falso profeta sendo presos, mortos e entregues às aves de rapina quantos os seguiam (19,1-21). E o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, foi apanhado e condenado por mil anos (20,1). Durante eles Cristo reinará na terra com seus santos, depois desses mil anos, Satanás será novamente solto, que reunirá todos os reis e nações da terra e virá cercar o acampamento dos santos, a cidade amada. Mas fogo descerá do céu e os devorará (20,9). E o diabo será lançado no tanque de fogo onde estão a Besta e o falso profeta e serão atormentados dia e noite para todo o sempre (20,10). Então, diz São Paulo, será o fim, quando Jesus Cristo entregar o reino a Deus Pai, quando ele tiver reduzido a nada todo principado, todo poder e todo poder (1 Cor. 15,24). Tal será o fim da luta que Jesus trava com os poderes das trevas, enquanto Ele, como soberano, a quem os céus, a terra e os próprios infernos prestam homenagem, usará os demônios para testar seus escolhidos, assim como ele usa os anjos para defendê-los. Pois os discípulos não podem estar em melhor condição do que o mestre. Se ele teve que sustentar uma luta árdua com os poderes do inferno, os seus próprios também terão que sustentá-la.

II. fenômenos celestes

Jesus Cristo negou aos fariseus os milagres do céu que eles pediram. Mas na morte de Cristo o Pai quis honrá-lo com sinais do céu. É São Lucas quem nos diz: Era quase a hora da sexta, e as brumas cobriram toda a terra até a hora do nada; o céu escureceu e o véu do templo rasgou-se ao meio (23-44S).No comentário de São Tomás que nos dá sobre esses prodígios, ele invoca o testemunho de São Dionísio, o Areopagita, como testemunha dos acontecimentos. São Lucas não nos fala sobre o eclipse do sol, que seria a coisa mais estranha na lua cheia, mas sobre o escurecimento do céu em toda a terra que devemos entender como o da Judéia, como em tantas outras passagens da Sagrada Escritura. Esse fenômeno durou cerca de três horas e nos lembra as trevas do Egito, de que nos fala o Êxodo.

III. Os doentes e os mortos

É a cura dos enfermos que mais abunda no Evangelho. É que havia muitos então, como hoje, os doentes que queriam ser curados e foram a esse médico maravilhoso, que com uma única palavra ou com o contato de suas mãos devolveu a todos a saúde plena. E nem é preciso dizer que todos aqueles que experimentaram a misericórdia e o poder de Jesus lhe dariam toda a sua fé e adesão. Com isso, Jesus também queria provar que quem tinha o poder de curar os males do corpo também tinha o poder de curar os males da alma. Por isso diz ao paralítico: Perdoados te são os teus pecados. E então: Para que você veja que o filho do homem do homem tem poder para perdoar pecados, levante-se, pegue sua cama e vá para casa. (Mt. 9,6)

É São João quem destaca mais particularmente este propósito dos milagres de Jesus, pois isto significa que, depois de curar o cego de nascença, pronuncia estas palavras: Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo (9, 5). E pouco antes ele havia dito: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não anda em trevas, mas terá a luz da vida(8.12). E ao ressuscitar Lázaro disse: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá (11,25). E porque isso exige certas disposições morais do homem, é por isso que Jesus exige fé daqueles que lhe pedem esses favores, sejam eles os doentes, sejam seus parentes, e por isso Jesus se sente restringido por incredulidade e, ao contrário, mostra grande satisfação quando encontra almas de grande fé. Não faltaram em nossos tempos aqueles que tentaram explicar as curas de Jesus pela fé que opera milagres. Esta é uma das muitas explicações de como a incredulidade inventou contra os milagres do Evangelho.

4. seres irracionais

Para manifestar Jesus, seu poder sobre toda a criação, ele também opera maravilhas em seres irracionais. Deu aos discípulos pesca abundante (Io. 21,11), acalmou a tempestade do mar (Mt. 8,18-23), caminhou sobre as águas, providenciou uma tetradracma na boca de um peixe para pagar o imposto do templo ( Mt. 17,23-26), multiplicou os pães (Mt. 3-21; 15,32-39). Todos esses fatos respondem ao mesmo propósito de Jesus: mostrar quem Ele era e gerar fé nos beneficiários ou testemunhas de tais milagres.

Santo Tomás nestas questões tenta evidenciar a razão dos milagres, que vem a ser o significado dos mesmos. A primeira que abrange todos os milagres e que vem a ser o sentido histórico literal é provar com eles a dignidade de sua pessoa, sua missão divina e a verdade de sua palavra. Para isso, o Angélico levanta esta questão em um artigo: se os milagres realizados por Jesus são prova suficiente de que Deus está com Ele por união pessoal, isto é, se ele é verdadeiramente o Filho de Deus; E a resposta dele é sim. Se olharmos para cada categoria de milagres, ela nos oferecerá uma faceta especial da pessoa de Jesus. A expulsão de demônios testará particularmente seu poder de desfazer a obra do diabo; a cura de doenças, sua graça para curar as doenças da alma; a ressurreição dos mortos, seu poder de ressuscitar almas da morte do pecado; a calmaria da tempestade, seu poder de dominar as tempestades que lutam contra as almas e a Igreja; a pesca milagrosa, o que o próprio Senhor prometeu aos apóstolos, para torná-los pescadores de homens, etc. etc. Essas idéias podem então ser estendidas alegorizando os detalhes de cada prodígio, que, feito discretamente e com sentido teológico, dará uma exegese dos milagres muito rica em doutrina e muito proveitosa.

 

 


 

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